Prefeitos irão ao governo pedir ajuda ao hospital Infantil
O apelo do Ministério Público para que os prefeitos socorram a emergência do Hospital Infantil Seara do Bem será levado ao governador Luiz Henrique da Silveira. Em dez dias será tentada uma solução definitiva para o déficit mensal de R$ 30 mil que se arrasta há meses e já causou um rombo de R$ 300 mil ao hospital.
O encaminhamento foi decidido na reunião de sexta-feira (13), na sede da Amures entre prefeitos e a Promotora Pública da Infância de Lages, Helen Crystine Corrêa Sanches. A tentativa de solucionar o déficit financeiro foi interrompida por um médico que não estava convidado ao debate e condicionou a manutenção do atendimento dos anestesistas ao repasse imediato de dinheiro das prefeituras.
O presidente da Amures, Renato Nunes de Oliveira não cedeu à pressão do médico e encerrou a reunião. "Os prefeitos não tem recursos para atendimentos de serviços de alta complexidade que é o caso das emergências dos hospitais. A obrigação dos municípios é com o atendimento básico e isso já o fazemos, mesmo com dificuldades", justificou o presidente da Amures.
A proposta do Ministério Público para que os municípios arcassem com o déficit mensal de R$ 30 mil do Hospital Infantil Seara do Bem foi recusada. Houve até uma tentativa da Promotoria de comprometer os prefeitos a assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). Mas os prefeitos se comprometeram em estudar o documento e de ir ao governador, por ser competência da Secretaria de Estado da Saúde, manter o funcionamento ou fechar a emergência dos hospitais.
Os prefeitos comentaram ainda da responsabilidade da diretora estadual de Saúde, Carmen Zanotto sobre a ajuda mensal de R$ 170 mil à emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, que havia sido anunciada em agosto pelo Estado, também não está sendo repassada. A crise não é prerrogativa desses dois hospitais, segundo constatação dos prefeitos. Na região, são 14 hospitais mergulhados numa crise financeira sem precedentes.
Como o médico anunciou que todos os procedimentos operatórios estão suspensos a partir desta segunda-feira, as crianças que necessitarem de cirurgia terão de ser encaminhadas para hospitais como o Joana de Gusmão, em Florianópolis. E qualquer fatalidade pode recair sobre os anestesistas e o Estado que é o responsável pelos serviços de alta complexidade.